segunda-feira, 4 de agosto de 2008

A viagem de Palma (Parte V)

Acordar em Ibiza dá direito a um mergulho. A maneira mais fácil de retirar a remela dos olhos, é mergulhar da popa, e pronto. O acordar em Ibiza é assim. Pequeno-almoço tardio, música ambiente a bordo e relaxe, muito relaxe. Calor e muito calor. Fizemos pequenas bricolages, enchemos o bote (em Lisboa chama-se côcô!!), lavámos o convés e depois de almoço fomos a terra de bote e de canoa tomar uma espécie de café. Não há maneira destes espanhóis conheceram o Comendador Nabeiro. É nestas ocasiões que me lembro si, Sr. Comendador. Pela tarde manobramos para a baía de Espalmador (!), pois onde estávamos fundeados era uma área protegida das “POSIDONIAS”, alga que está protegida por estas bandas. Em algumas baías existem “poitas” de fundeio para que as embarcações não usem o ferro, por forma a não destruir a flora marinha. Espalmador é uma baía fantástica, com dezenas de veleiros fundeados, com água tranquila e bastante quente. Foi nesta baía que corei de vergonha, num episódio que passo a contar. A maralha que por aqui fundeia, pratica o nudismo fundamentalista pelo menos na hora do banho. Eu como habitante de uma das comunidades “mais à frentex do Planeta” (refiro-me a Mourisca do Vouga) também vou alinhando nestas ondas de modernidade e naturismo. Acontece que ao reparar no panorama à minha volta (sou bastante atento e curioso), era eventualmente o único cujo corpo não continha piercings, tatuagens e pior que isto, o meu corpo contém “tufos de relva”, em claro contraponto contra a calvície total e integral daquelas gentes. No sexo feminino, nem uma erva daninha naqueles corpinhos, nem sequer aquele risquinho de bigode para dar o contraste. Nada. Nem uma. Senti uma vergonha imensa, e cheguei a equacionar levantar o meu PPR, para investir numa depilação a laser e a sério. Faltam apenas 25 anos. Nessa baía, tempo ainda para dar uma volta ao areal e dedicar-nos à apanha de marisco (tipo búzios), que tratei de preparar à nossa moda. Optei pela técnica do estrugido com tomate, mas ficou uma merda. Os bichos entraram vivos para o tacho, encolheram com o calorzinho do gás e ninguém conseguia tirar os “tutanos” dentro das carapaças. Conclusão: Ingestão de proteína, igual a zero. Não me lembro da janta, mas lembro-me de termos continuado na senda dos digestivos e da minis (já não eram SAGRES !!!) e de manhã rumamos a Ibiza (cidade) num passeio a motor de cerca de 1 hora. Aportámos na marina de Botafoch, onde por 1 noite paga-se tanto por uma singela noite como em Aveiro por um semestre. Não fui eu que paguei, mas até a mim me doeu. Carrega o barco de mercearia, de água e de electrões para as baterias e marchamos até à praia de Talamanca, paredes meias com a Marina. A esta hora já o LADYBIRD estava a caminho da ilha de Maiorca, onde haveria troca definitiva de tripulação. Dois marinheiros “out”, para embarcar a família do Rui e do André. Se as coisa correram bem , dentro de 3 dias voltaremos a ver o LADYBIRD. Em Talamanca malhámos mais umas cañas, mais umas braçadas no mar e “ala que se faz tarde”. Era sábado, estávamos em Ibiza e queríamos sentir um pouco de urbanidade na pele. Fomos para a “urbe”, onde escolhemos um restaurante manhoso, para fazer o roteiro normal. Tapas e mais tapas, um pratinho de carne e cañas com rioja. De alguns locais que já tive oportunidade de visitar, Ibiza é dos locais no mundo com mais gajas boas por m2, eventualmente apenas ultrapassado por LAS VEGAS nos locais de jogo. Deveras impressionante com tanta perfeição em redor dos nossos olhos, e nós (tristes) com 4 homens a bordo. A vida nem sempre pode ser aquilo que desejamos, e comemos com os olhos. Durante a janta, recebemos a visita de cortesia de dois Mourisquense de gema, o Paulo Inglês e a Joana que andavam de veraneio e namoro naquelas paragens. Depois foi vaguear pela cidade, a contemplar as vistas e a observar toda aquela panelareiragem de marketing que ocupa os principais bares de Ibiza. A hora ia avançando e fomos a uma discoteca de Ibiza - Privilege, que é igual a tantas outras, com a vantagem de ter uma esplanada exterior, onde se apanha menos pancada. TUM TUM TUM TUM. Com a cabeça inteiramente zomza, eram umas 4 horas da manhã quando regressámos ao barco, a pensar na quantidade e nas qualidades inatas (e de ginásio) destas moçoilas de Ibiza. É muito cabedal e tão pouca celulite. Esta coisa de andar no mar longe do sexo oposto, ao fim de 5 dias julgo que haverá alguma glândula que atrofia a massa encefálica. Aiiii!!! A pensar em tanta gaja boa, adormeci com o TUM TUM TUM TUM em vez do FFFFFFFFFFFF já habitual do VHF.

2 comentários:

Anónimo disse...

Ibiza concordo contigo, é dos sítios com mais "gaijas boas",por m2 e tu para nos mostrares la movida da urbanidade,resolves fotografar a paneleiragem de marketing!Francamente,pensei que tivesses mais consideração pelos teus leitores!!! :)
Continuação de bons ventos,os marinheiros em terra continuam verdinveja.

CELTA MORGANA disse...

Denomina-se de "voyeur".
Gostavam de me ver no meio da movida, sem depilação e com todas aquelas MARIAS carequinhas à minha volta. O meu "ego" ainda não está preparado para tanto.
Ficam com os paneleiros, que mais parecem neons e já vão com muita sorte...